Ela tinha rosto sim, é que as pessoas daquele lugar pareciam não ver que
tinha uma menina ali, andando, respirando, pensando, sorrindo...
A menina sem rosto que tinha rosto foi crescendo, e com isso ganhando
ali, perdendo aqui, até que o dia chegou, o que ela mais queria era a
liberdade!
A liberdade trouxer para a menina sem rosto, a voz seguida do grito, que
logo veio o sorriso.
Com a liberdade instalada, o grito posto pra fora, o sorriso ali fixou.
Veio também a abertura dos olhos, onde ela poderia olhar para o lado que
quisessem sem comandos e restrições, ela iria onde a curiosidade a mandaria, e
com isso o mundo poderia ver agora a cor dos seus olhos, e foi com esses olhos
que ela não deixaria nenhum detalhe passar, agora enxergaria a direção que quisesse
e nunca mais seria imposta a olhar, e o cheiro das rosas ela agora inalou
Agora todos sabiam que ela escutava, cheirava, olhava e sorria
E um caminho ela trilhou
E quem a conhecia nunca mais esqueceria do seu rosto novamente...
c Roberta Del
Carlo c