Ontem
Palavra tão curta e pequena, cheia de
significados...
Ela andava por essas ruas tão sem atrativos, precisava pensar e a melhor
maneira de fazer isso era estando sozinha e caminhando...
A sua decisão era importante...
Quando deu por si, estava ali de novo, naquele pedaço de rua que pouco
viveu e agora passava tentar esquecer, tinha que reconhecer perder forças não
era fácil, voltar ou não, ir de encontro com um futuro tão cheios de armadilhas
ela sabia que resistir era uma missão difícil. E ficou ali parada, deixando a
chuva vir, nem mesmo fez como as outras pessoas que corriam da chuva que se
aproximava, e ela pensava
Correr pra quê?
E então deixou as lágrimas rolarem para a chuva lavar o seu rosto, mesmo
que seus olhos ardiam um pouco e a sua mente não parava de pensar.
Se ele disse que o ontem não tem mais importância, então porque resolveu
voltar?
As lágrimas era um misto de raiva, saudade e indecisão, já que nesses últimos
tempos ela não conseguiu sufocar o sentimento mais nobre e único, que é o
amor...
Assim ficou ali, sozinha. Com as nuvens cinzas e carregadas. Olhando
para aquela casa, aquela vida que a fazia se render novamente, deixando se
molhar sem pressa, sem pesos e sem culpa...
Assim que a nuvens se desfez, o céu voltaria se abrir com risco de arco-íris,
a vida voltaria ao normal.
E sem mais forças para pensar fez o mesmo caminho de volta, com suas
roupas ensopadas, cabelos molhados e com uma decisão pronta.
Ela estava lavada por dentro e
sabia que a decisão que tomou era a mais justa.
E assim regressou.
Assim que chegasse, antes mesmo de se trocar iria ligar para uma pessoa.
Ela precisava entregar a sua resposta.
c Roberta Del
Carlo c
Eu fiquei curiosa quanto a decisão da personagem. Um belo texto, nunca associei a chuva a tristeza, mas sim a essa forma de lavar a alma, de lavar a nossa mente e fazer com que pensemos sem todos aqueles empecilhos. Continue escrevendo, uns errinhos aqui e ali, mas a ideias são realmente boa, e o jeito que interpreta melhor ainda, parabéns.
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