quarta-feira, 16 de abril de 2014

Pequenas tragédias do dia-a-dia.

Ela decidiu viver!
Sim, não queria nada daquilo que tinha em sua volta, não pensou em ninguém, foi se divertir.
Aos domingos se escondia atrás de uma vestimenta longa e escura, clamava uma oração.
No dia seguinte voltava tudo como antes, sorrateira queria saber o que o outro lado tinha a oferecer o que andou perdendo nos últimos anos...
Segredinhos ali, risinhos aqui, uma curtida aqui...
E assim durou um ou vários casos...
A vida era tão boa! Voltar pra casa era tão entediante!
“Eu sou da noite, mas mostro a luz para as pessoas, gosto de mostrar o caminho, pois o meu eu já sei...”
Um dia se envolveu com uma pessoa errada, achando que seria apenas um ‘pega’ mal sabia que aquele seria sim o seu ultimo pega.
Voltando pra casa, numa noite chuvosa, encontrou o homem parado  em frente do portão da sua casa, ela não se lembrava de ter passado o seu endereço, pois os motéis que se encontravam eram sempre longe da sua cidade , e ela viu que  alguém lá de dentro foi atender o tal homem, ela covarde ficou estática, não poderia se entregar na frente do marido e do filho.
E ela foi a única testemunha, o homem olhou para o seu marido e seu filho e sacou a arma e atirou, nos dois sem piedade, pegando os dois de surpresa.
O choque foi grande que ela não gritou, suas pernas ficaram pesadas, mas mesmo assim ela andou até a sua ‘família’. O seu até então amante a olhou e disse
—Está feito. Você uma vez me disse que não poderia abandona-los, e nem que era feliz e que esse cara não largava do seu pé agora tá tudo resolvido, vamos...
—Mas eu amava a minha família...
—E eu disse que você tem que ficar com pessoas que gostam de você, e eu gosto de você.
Os vizinhos começaram a sair de suas casas, o barulho da sirene se aproximava.
A mulher não sabia o que fazer... fugir, fingir...

O homem escondeu a arma e saiu correndo, mas antes de partir disse
—Amanhã te espero no mesmo lugar. Não se atrase.- E correu.

Dia seguinte ela chorava copiosamente sobre os dois caixões, ficou constatado que foi uma tentativa de assalto.

Quando ela voltou pra casa, e a família toda foi embora, alguém abriu a porta da frente.
Era o amante, um dos amantes. Ele estava ali para buscar o que ela tanto prometeu entre risos e olhares.

E ela rezou..rezou...e rezou...

c Roberta Del Carlo c 

(Texto ilustrativo, esse texto não é verídico!!!)  

3 comentários:

  1. não é veridico, mas se assemelha com muitas e muitas historias que vemos diariamente nos telejornais ... hj a ficção empata com a relaidade, parabens ,a dorei o blog!!

    http://otextodocontexto.blogspot.com.br

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  2. Esse texto me fez ter uma reflexão meio ambígua. No começo pensei que a protagonista estava se libertando, indo viver tudo o que reprimia, o que negava. Mas depois, perceber que ela vivera de forma desenfreada, o que trouxe muitas consequências, me fez pensar se vale a pena. Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso?
    Ótimo texto ^^

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  3. Nós faz refletir bastante... Muito legal, parabéns

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